quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Revendo Fotos


Este ano, completo dezenove anos de formada, (por favor, não façam as contas) e como me dispus a ajudar na organização do evento, comecei a revirar umas fotos, em busca daquelas raridades que colecionamos ao longo do tempo.

Uma atividade que deveria durar poucas horas, pois, as fotos da turma foram rapidamente localizadas, se estendeu por vários dias.

Peguei todos (todos) os álbuns de fotos da família. Tem álbum espalhado por toda parte no meu quarto.

Fui lá na minha infância e quando assustei, já estava na sala de parto para receber meus maiores tesouros.

Resolvi organizar o que estava bagunçado. Depois da era digital, só as pastinhas virtuais têm alguma lógica. O que foi sendo revelado, foi ficando em uma caixa, sem identificação de data nem de local. Deu (ainda está dando) uma trabalheira tremenda, mas está valendo a pena rever tantas pérolas.

Ver fotos sempre me traz boas recordações. Traz saudade também. Saudade daqueles que descobrimos que vemos tão pouco ou daqueles que sabemos não mais poderemos ver.

Lágrimas e risos se misturaram nessa viagem no tempo. Mas não eram lágrimas de tristeza. Elas escorriam alegres pelo meu rosto. Senti saudade de mim, das minhas peraltices.

Um dia era eu que brincava no Parque, que hoje levo meus filhos para brincar.

Um dia era eu no clube, com o biquíni no pescoço, porque não tinha nenhuma “carne” para mantê-lo no peito. Hoje é a minha pequena que se vê desajeitada com suas peças.

As farras no colégio, as férias no interior, reveillon e carnaval na praia, as festinhas na casa dos primos. Lembranças gostosas de cada viagem.

E as fotos de casamento? Aquelas que não vão para o álbum, mas que registram cada flagrante hilário. As roupas, meu cabelo, meu vestido (que até hoje acho lindo).

Tantas fotos... tudo com sabor de saudade boa.

Sei que tem saudade que dói, mas a que senti vendo as fotos, era de profunda alegria.

Até minha mãe já foi criança, isso não é incrível? Eu achei! E meus filhos acharam esta constatação mais incrível ainda.

Eles também se divertiram com as fotos. Queriam saber o que comiam, como falavam, como se comportavam, enfim, um pequeno resgate deles mesmos. Duro foi ouvir comentários do tipo: “mamãe, você era novinha aqui, hein?” ou “você ainda é linda, mesmo velhinha”... e assim têm sido nossos dias curtição das lembranças passadas.

Fotos contam histórias e temos muitas histórias para contar. Talvez, as crianças não tenham compreendido, na essência, o sentido da palavra saudade, mas compreenderam porque nos empenhamos tanto em viver cada momento precioso ao lado deles, ao lado uns dos outros.

Agora eles querem registrar tudo Eles com a máquina e nós com o coração!