terça-feira, 20 de abril de 2010

Tempo meu, tempo meu, quem te roubou de mim?


Felicidade é algo indiscutivelmente pessoal. O que é ser feliz para um, definitivamente não se traduz em felicidade para outros.

Temos, diariamente, inúmeras oportunidades de refletir sobre nossa felicidade (ou infelicidade), mas, embora "clichê", vale dizer que "a vida é feita de momentos" e a perspectiva pela qual avaliamos e vivemos cada um desses momentos é que gera um saldo final em nosso "livro caixa", que pode ser positivo ou de total falta de reservas.

Ter tempo para mim, é algo que faz-me sentir muito feliz, quando a perspectiva em questão é a minha liberdade. Há mais de um ano que faço parte de um grupo de pessoas que adora calçar tênis, colocar um short, uma camiseta e sair correndo pelas ruas.

Faço do esporte um momento de dedicação pessoal. Três vezes na semana, há na agenda um momento exclusivamente meu.

Se quero forçar, se quero fazer subidas, trotes, ouvir música ou não, são escolhas que faço pelo simples fato de ser, naquele momento, dona de mim. Minha única cobrança são os ponteiros do relógio, que correm mais que minhas pernas. Se não fossem eles...

As corridas já me levaram a vários lugares e como viajar é também uma outra perspectiva de felicidade (pelo menos para mim), correr fora do Brasil fez parte dos planejamentos de início de ano.

E, apesar de bem acompanhada por mais quatro amigas, embarquei com mala e cuia para outro país. Deixei para trás marido, filhos, trabalho e fui.

Posso garantir que, mesmo quando a saudade batia, eu me sentia feliz por estar comigo.

Essa sensação de liberdade é naturalmente engolida por nosso cotidiano e por nosso amor que também nos torna plenos e felizes ao lado das pessoas queridas.

Do embarque ao desembarque, fui deliciosamente "eu"! Amo ficar com quem amo, adoro meu novo trabalho, mas convenhamos, comer sem ter que servir (e o melhor, comer quente), tomar um banho sem correria, dormir sem ter que levantar para fechar janelas ou cobrir os pequenos é uma sensação de total falta de compromisso.

Podem chamar isso de egoísmo. Foi mesmo. Mas que santo remédio para renovação de forças. Tenho energia estocada por um bom tempo.

O retorno trouxe gratidão. Graças a vida cheia de saúde e de pessoas queridas é que se torna possível experimentar outras nuances da felicidade. Descobri que o grande "ladrão" do nosso tempo, são nossas escolhas e elas as maiores responsáveis pelos conceitos de felicidade que carregamos.