sábado, 28 de março de 2009

Pisando em ovos

Feche os olhos. Tudo bem, fique com um aberto para ler.

Imagine dúzias de ovos sob seus pés. Estão intactos para começar a nossa experiência.

Calma! Clama! Devagar. Levante uma das pernas e movimente-a para frente. Pise levemente. Le-ve-men-te! Xiiii.... é impossível não quebra-los, não é mesmo?!
Mas, o que fazer quando as pessoas com as quais nos relacionamos exigem de nós tamanho cuidado? Não podemos dar um passo sossegados sem que, pelo menos, meia dúzia de ovos se quebre. E aí a sujeira está feita e o cheiro fica impregnado no tapete da amizade, do casamento, da família ou até mesmo do trabalho, pois os ovos estão espalhados por todos os lados.

Será que para não quebra-los é preciso deixar de falar o que pensamos ou sentimos? Por que as pessoas hoje em dia estão tão “quebráveis”?

A fragilidade e a irritabilidade andam como verdadeiras assombrações por todo lado. Se falamos a alguém: “estou dirigindo, posso te ligar mais tarde?” Pronto! Ovos quebrados. Ou então: “fulano, você poderia, por favor, refazer esta parte do trabalho que não ficou tão legal?” Mais ovos quebrados!
Ninguém quer ser cobrado, ninguém quer esperar, ninguém quer ser rejeitado. Isso é normal. Mas umas pessoas lidam com estes "nãos" sem precisar fazer omelete, enquanto outras...

Mas deixo aqui um pedido, se alguém souber como faço para não quebrar muitos ovos, por favor, me diga, pois ando sujando alguns tapetes por aí. Não porque meus pés são pesados ou insensíveis, mas porque fico sem ar quando não posso ser eu mesma.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Se eu morasse sozinha...

Cada pessoa reage de forma diferente quando o assunto é fazer algo que não gosta. Umas, simplesmente não fazem, outras fazem “meia boca” e outras precisam ser empurradas. No que diz respeito à cozinha, sou do tipo que precisa ser empurrada.

Meu lado racional e prático acredita que os alimentos deveriam ser oferecidos também em cápsulas e principalmente que pudessem ser ingeridos com coca cola ou toddy (uau... seria o mundo perfeito!). Tudo bem que vez ou outra poderia optar por um churrasco real, feito de forma convencional, suculento, regado com uma deliciosa coca cola gelada (olha ela aí outra vez).

Mas o dia-a-dia em uma cozinha é uma tarefa árdua na minha vida (penso que não seja só na minha vida). Com duas crianças, em fase de crescimento, todos os dias o cardápio é o mesmo (só mudam os ingredientes, claro): salada, carne, legumes e o tradicional arroz com feijão. Nem o macarrão (que é bem fácil de fazer) eles não curtem.

Mas diz o ditado que quando o gato sai o rato faz a festa e não pude deixar de fazer a festa nesta semana de ausência do gato da casa. Apesar de manter o lado saudável das refeições, a “porcariada” rolou solta. O almoço era sem negociação, empurrado mesmo, mas na hora do lanche, passava no “espaço gourmet” da redondeza e comprava: crepe, comida japonesa, pizza e... coca cola. Voltava feliz!!!

Mas os dias foram passando e alegria de fazer peraltices foi substituída pela tristeza da saudade. O empurrão do “bom de garfo” é fundamental para eu continuar caminhando, ou melhor, cozinhando. Parei de passar no “espaço gourmet” e planejei algo bem gostoso para que o rato oferecesse ao gato que saiu e deixou um grande vazio.

Sei que se eu morasse sozinha... não seria nada feliz.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Rolamento ou folga no eixo?

Como sempre digo, temos diariamente, infinitas oportunidades de aprendizado...

Vamos vender meu carro e por isso nossa disposição para gastar com ele tem sido quase nula ou inexistente. Porém comecei a ouvir um barulho na RODA DIANTEIRA DIREITA (aliás, tenho uma capacidade “incrível” para descobrir barulhos naquele carro) e pedi várias vezes ao "homem da casa" para que verificasse a origem do tal barulho e, claro, ele não teve tempo (quando o assunto é gastar, ele gasta é o tempo dele com outras coisas para fugir da despesa).

Enfim, eu mesma levei o carro na oficina de alinhamento e balanceamento e depois de várias, (várias mesmo) voltas ao lado do mecânico ele ouviu um pequeno barulhinho que sugeria uma folga no eixo dianteiro. Ele ainda disse que já que vamos vender o carro, não justificaria arrumar (por ser caro e não preocupante - fiquei em dúvida quanto ao último comentário, mas tudo bem!).

Continuei usando o carro e aquele barulho começou a crescer, como um grande monstro que achávamos que saltaria de dentro do armário para nos engolir.

Um certo dia, pedi ao "homem da casa" para me levar ao consultório (estrategicamente no meu carro) e finalmente ele certificou-se de que o grande monstro estava mesmo lá, não era algo da minha imaginação. Não queria nem deixar que eu o levasse ao aeroporto (mas não obedeci...).

Conversando com uma daquelas pessoas que Deus coloca para iluminar o nosso caminho (daquelas que indicam do salão de beleza à locadora de vídeo), descobri que tinha uma oficina séria e confiável no nosso bairro.

No dia seguinte passei na oficina e o gerente me perguntou o que tinha ocorrido e fui logo dando o diagnóstico: é um barulho “assim, assado”, na RODA DIANTEIRA DIREITA. O gerente muito educado, me perguntou se não poderia ser rolamento, hipótese que descartei com toda autoridade de meus conhecimentos mecânicos: “naaaao, conheço barulho de rolamento estourado, o que meu carro tem é outra coisa que ainda não sei o que é”.

Diagnóstico final? Era rolamento na RODA TRASEIRA ESQUERDA...

O que aprendi? Que realmente ouvimos somente o que queremos ouvir. Nossas verdades são sempre mais coerentes que as dos outros e com isso nos fechamos para novas possibilidades.

Paguei, saí com o carro novamente silencioso, com o rabinho entre as pernas, porém com os ouvidos mais receptivos.

terça-feira, 24 de março de 2009

Embarcando em uma desafiadora viagem...

Passageiras do vôo 001 com destino à Maternidade, embarque no Portão das Incertezas...

A maternidade é algo sonhado pela grande maioria das mulheres. Pode soar “forte”, mas temos que ter a consciência de que é uma viagem sem volta. Esta foi, para mim, a primeira coisa que veio carimbada em meu cartão de embarque: este bebê é seu para sempre! Tudo bem que sabemos que criamos os filhos para o mundo, mas a responsabilidade em educar, as preocupações e alegrias serão eternamente gravadas em nossas vidas.

Vivemos muitas coisas boas e muitas angustias também. O legal é descobrir que a maioria das mães passam pelas mesmas coisas que passamos e, a melhor das descobertas, que as dificuldades vão deixando de existir dia após dia. Claro que novas dificuldades vão surgindo, mas com o passar do tempo elas se tornam mais leves.

Várias pessoas dizem que comemorar o primeiro ano de vida de uma criança é algo para os pais e não para os pequeninos. Posso dizer que concordo, pois vencer as noites mal dormidas, as cólicas, as dúvidas sobre tons e formas de choro, criar rotinas, introduzir uma alimentação saudável, superar as viroses, chorar com as vacinas, voltar ou não ao trabalho, enfim, são tantas coisas em um espaço tão pequeno de tempo, que merece ser comemorado.

Tínhamos a nossa vida num ritmo todo nosso, éramos donos do nosso nariz, nossas vontades nos guiavam e, de repente, uma criaturinha tão sonhada vem para mudar tudo.

Você já sentiu a dor do cansaço? Não falo daquela causada por um grande esforço físico. Falo daquela dor que sentimos por ficar com raiva de não ter conseguido dormir direito porque o ser que mais amamos chorou a noite toda... pois é, já senti essa dor um montão de vezes e outras dores também que só são curadas por causa desse tal amor. Ele é tão grande e tão imensurável, que conseguimos superar tudo.

Mas uma coisa muito importante que aprendi sobre esta viagem é que ela é recheada de descobertas e aprendizados. E que é a mais bela de todas que sonhamos um dia em fazer. Ela fica melhor quando nos livramos das culpas, dos pesos e apenas curtimos a maravilhosa paisagem que Deus nos presenteou: nossos filhos. Vamos errar, mas na maioria das vezes vamos acertar, vamos ter medo da altura do vôo que é possível alçar quando nos tornamos mãe, mas não podemos esquecer que temos a coragem para enfrentar esta rota desconhecida e que nosso principal combustível é o amor!

O que posso desejar a cada nova Mãe, é que façam uma feliz viagem!