
Monteiro Lobato soube, como ninguém, ler a mente das crianças e criar, entre outras fantasias, um pó mágico que poderia transportar seus personagens de um lugar a outro.
Lembro-me das inúmeras vezes que gostaria de ter um saquinho com este fabuloso pó para ir à algum lugar, bem longe, onde não existisse o “Para Casa”. Doce tempo em que, o que me aborrecia, era apenas a quantidade de tarefas que a escola mandava para realizar em casa...
Hoje em dia este pó tornou-se gênero de primeira necessidade e o código de comunicação entre amigas. Pode saber que, se uma telefonar para a outra perguntando onde se consegue comprar o pó do Pirlimpimpim... é sinal de que a coisa está feia...
A ilusão de criança foi transportada para nossa vida adulta, onde pensamos que “sumir” traz soluções para algo que não gostaríamos de enfrentar. Que ter, ou virar um pó, é o mesmo que uma bóia salva-vidas em um naufrágio. Precisamos nos agarrar a alguma coisa que nos tire de onde não queremos mais estar. Precisamos, muitas vezes, nos salvar de nós mesmos e aquele pó representa a saída de emergência, nossa última esperança para recomeçar de forma diferente. Atribuímos ao coitadinho do pó do Pirlimpimpim a responsabilidade de solucionar nossas inquietudes.
Não posso negar que faço (e continuarei fazendo) uso do almejado pó, porém um pouco mais materializado em uma cia aérea onde me transporto para alguns dias de descanso. Quando volto, os problemas já não são tão “problemáticos”, mas é o “olhar” que volta diferente. Volta mais aliviado para enxergar as inúmeras coisas que não via quando saí daqui. As alegrias passam a ser maiores e o peso ficou para trás, no fundo da caixinha e talvez lá seja transformado em mais pó para os próximos dias de exaustão.
Como diz um amigo querido: “espero que quando eu estiver velho, os outros não pensem que eu esteja louco, mais uma coisa é ficar louco depois de velho e outra é nunca ter tido juízo”. Talvez ser adulto demais é que esteja nos fazendo perder o juízo e querer “sumir”.
Amiga, os dois textos (olhares e pirlimpimpim!) de certa forma, estão ligados, já que a materialização do pó, faz com que voce "olhe" os problemas de forma diferente...
ResponderExcluirArrasou nos textos! Nasceu para escritora!Beijos Lu
P.S: Se eu descobrir a "formula" juro que compartilho com voce...
Li e reli varias vezes os dois textos, na tentativa de me colocar apenas como leitora e não como protagonista destas situações. Tentei postar meu comentário,por infinitas 5 vezes, sem sucesso! Fico a pensar...será que preciso ligar pra ela e dizer pessoalmente o que penso?? vou tentar mais uma vez... e dizer que já nem procurava mais o tal pó, achando que só teria soluçaõ para a fantasia de criança. Me dou o direito de recolher num eremitério urbano para meditar minhas loucuras e só então retornar fortalecida. Quem sabe seja apenas loucura, mas que meus olhos passam a ver de outra forma não tenho dúvida.
ResponderExcluirUm grande beijo June.
PoPó
PRECISO MUUUUUUUUUUUUUUUITO DO PIRLIMPIMPIM HOJE!!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirBEIJOS LU