
Existem certas “coisas” que se enquadram na categoria de alimentos, mas que não se enquadram em nada na minha vida.
Por aqui tenho estômagos variados. Uns gostam de tudo e outros de nada, ou quase nada. O meu estômago poderia ser definido como enjoado.
Aparência é algo definitivo na minha alimentação. Se tem cara boa, penso que deve ser uma delícia, se tem cara ruim... Porém, mesmo com meu pré-julgamento, sou capaz de experimentar para confirmar ou refutar a aparência.
Me esforço em agradar o estômago de todos, e resolvi me aventurar a fazer uma língua de boi que pai e filho, insistiam em pedir.
Acreditem, isso é de comer!
Fui ao supermercado e escolhi uma encolhidinha numa embalagem hermeticamente fechada (exagero puro). Trouxe-a para casa.
Primeiro passo: ligar para mamãe. Segundo passo: Ouvir atentamente às suas instruções. Terceiro passo: Mãos à obra!
Mãos? Não! Luvas. Era impossível encostar as mãos “naquilo”. Tinha que escová-la. Isso mesmo, escovar a língua. Igualzinho fazemos com a nossa. Na minha opinião deveria ser usado sabão, mas a sensatez da minha mãe descartou a idéia.
Esfreguei, esfreguei, esfreguei, torcendo para meu estômago não revirar. Joguei a escova novinha no lixo (que desperdício).
Coloquei a digníssima na panela de pressão e, enquanto ela cozinhava, tentava desviar meus pensamentos sobre o dono daquele órgão. Fui à Fazenda Canaã. Viajei pelas Minas Gerais, tentando criar um elo de simpatia para quebrar aquele “clima” de repugnância.
Uma hora e meia mais tarde, veio o momento mais difícil. Tirar a “pele”. Pele? Meu Deus, é um couro! Não gosto nem de lembrar. Ainda de luvas, tirei tudo e continuava sem compreender como alguém é capaz de digerir “aquilo”.
Terminei a labuta, ou melhor, achei que tinha terminado, quando os olhos atentos de um admirador de línguas me repreendeu: _ Oops, tem muita coisa aí ainda para sair...
Lavei as luvas, lavei as mãos, joguei a toalha. Ele segurou as rédeas desse boi inerte e acabou a tarefa. Me entregou fatiada.
Preparei, servi e observei. Os homens da casa, comiam com uma típica “boca boa”. Já nós, as mulheres...
Me aventurei a provar. Mas não tem jeito. É horrível!
Iguaria? Sei lá! Essa ameaçadora língua, que demorou quatorze anos para entrar na minha cozinha, terá que esperar outros quatorze para voltar. Será?
Mas pensando bem, vamos ver o lado positivo da coisa, já pensaram se ao invés de língua eles tivessem pedido dobradinha (vulgo bucho de boi)?
Por aqui tenho estômagos variados. Uns gostam de tudo e outros de nada, ou quase nada. O meu estômago poderia ser definido como enjoado.
Aparência é algo definitivo na minha alimentação. Se tem cara boa, penso que deve ser uma delícia, se tem cara ruim... Porém, mesmo com meu pré-julgamento, sou capaz de experimentar para confirmar ou refutar a aparência.
Me esforço em agradar o estômago de todos, e resolvi me aventurar a fazer uma língua de boi que pai e filho, insistiam em pedir.
Acreditem, isso é de comer!
Fui ao supermercado e escolhi uma encolhidinha numa embalagem hermeticamente fechada (exagero puro). Trouxe-a para casa.
Primeiro passo: ligar para mamãe. Segundo passo: Ouvir atentamente às suas instruções. Terceiro passo: Mãos à obra!
Mãos? Não! Luvas. Era impossível encostar as mãos “naquilo”. Tinha que escová-la. Isso mesmo, escovar a língua. Igualzinho fazemos com a nossa. Na minha opinião deveria ser usado sabão, mas a sensatez da minha mãe descartou a idéia.
Esfreguei, esfreguei, esfreguei, torcendo para meu estômago não revirar. Joguei a escova novinha no lixo (que desperdício).
Coloquei a digníssima na panela de pressão e, enquanto ela cozinhava, tentava desviar meus pensamentos sobre o dono daquele órgão. Fui à Fazenda Canaã. Viajei pelas Minas Gerais, tentando criar um elo de simpatia para quebrar aquele “clima” de repugnância.
Uma hora e meia mais tarde, veio o momento mais difícil. Tirar a “pele”. Pele? Meu Deus, é um couro! Não gosto nem de lembrar. Ainda de luvas, tirei tudo e continuava sem compreender como alguém é capaz de digerir “aquilo”.
Terminei a labuta, ou melhor, achei que tinha terminado, quando os olhos atentos de um admirador de línguas me repreendeu: _ Oops, tem muita coisa aí ainda para sair...
Lavei as luvas, lavei as mãos, joguei a toalha. Ele segurou as rédeas desse boi inerte e acabou a tarefa. Me entregou fatiada.
Preparei, servi e observei. Os homens da casa, comiam com uma típica “boca boa”. Já nós, as mulheres...
Me aventurei a provar. Mas não tem jeito. É horrível!
Iguaria? Sei lá! Essa ameaçadora língua, que demorou quatorze anos para entrar na minha cozinha, terá que esperar outros quatorze para voltar. Será?
Mas pensando bem, vamos ver o lado positivo da coisa, já pensaram se ao invés de língua eles tivessem pedido dobradinha (vulgo bucho de boi)?
Muito amor... muito amor... MUITO amor... Você é mais corajosa que eu. Ou, talvez, preciso esperar mais 6 anos para completar quatorze de casada para enfrentar uma língua. Neeeeeeeeeeeeem!!!! Amy
ResponderExcluirQueridona! Eu também não gostava de lingua, tinha nojo, não suportava aquele cheiro,etc, etc...Nem podia ver aquelas de restaurante por quilo, secas, fatiadas e rodeadas de ervilha. Demorei uns trinta anos pra fazer a primeira, rsrs. Pois fez o maior sucesso aqui em casa. Uma hora te mando a receita. E nem é difícil! Agora dobradinha...realmente, não vai dar pra encarar. Beijão.
ResponderExcluirJune, é bom demais da conta.Diga aos homens da sua casa, que quando quizerem saborear uma língua deliciosa, para virem a minha casa. Terei o maior prazer em compartilhar com êles este delicioso petisco, que os homens da minha casa, passam longe.
ResponderExcluirJune,
ResponderExcluirParabéns pela ousadia... Queria eu tentar fazer! Provei na casa da dona Maria, há um tempo atrás, e achei uma delícia, mas ainda nao ousei fazer. Até vou perguntar pra Ortencia se sou convidada também.
Bj no coração,
faride
Meninas, agradeço a apoio e sinto-me feliz em saber que meus homens terão uma cozinha acolhedora para "saborear" aquilo. Uma amiga me escreveu por e-mail que a mãe dela também faz uma deliciosa língua e que o marido dela ama comer a língua da sogra, enfim, tem gosto para tudo! Faride, tenho certeza que esse negócio vai virar evento...
ResponderExcluirbjs
ju
ahhhhhhhhhhhh, não foi à toa que recebeu tantos elogios (não pela língua, mas pela cronica)!!!!!
ResponderExcluirque delicía, não a língua, mas a cronica! minha escritora predileta, sabe escrever sério e sabe escrever light! parabens!!!
beijos, Ped
Tive quase certeza que ao final da leitura , vc teria mudado de idéia, e dito: -Hummm ficou realmente delicioso!
ResponderExcluirMorreria se falasse tal coisa!kkkk
Beijos
PoPó